domingo, 18 de setembro de 2011

Entre sombras: O escurecimento Global

Entre sombras: El Oscurecimiento Global
Universia Peru (09/08/2007)



   Há alguns anos, a crescente preocupação com nosso meio ambiente e a proliferação de congressos sobre o assunto levaram aos primeiros termos, como o ‘aquecimento global’, ‘camada de ozônio’ ou ‘efeito estufa’. Lidando ainda com as preocupações que cada um deles representa, agora devemos considerar outro que é um perigo iminente: o escurecimento global.
 O escurecimento global nada mais é do que a redução gradativa da quantidade de luz solar que chega à superfície terrestre. Desde os anos 50 do século passado, está diminuindo a uma taxa de 4% em três décadas. Sua causa mais recorrente é a contaminação gerada pela espécie humana – uma crescente presença de aerossóis e partículas provenientes da combustão incompleta de combustíveis fósseis ou madeira.
Todos estes resíduos atuam como núcleos de condensação em torno dos quais se formam gotas microscópicas que vão se unindo. Isso faz com que haja mais nuvens notoriamente mais brancas que o necessário. Este tipo de nuvem é mais eficaz que qualquer outro em refletir a luz solar para o espaço. As partículas contaminantes que as atividades humanas liberam estão provocando um efeito de espelho na atmosfera, chegando a bloquear até 20% da radiação que deveria nos alcançar em condições normais.
E isso não é tudo. Segundo o professor Waldo Lavado do Laboratoire des Mécanismes et Transferts en Géologie, Toulouse, França, as nuvens não apenas bloqueiam o calor do Sol, mas também o que é irradiado pela Terra. Isso faz com que, durante o dia, se produza um efeito de esfriamento. E que, à noite, a reemissão do calor irradiado pela Terra retarda a perda de calor do planeta, retendo uma boa parte deste.
A Terra está em equilíbrio perfeito no sistema solar. Ou seja, Toda energia que o Sol projeta sobre ela, volta a sair com o tempo, refletida. Se algum fator alheio à ação da natureza é incluído, como o CO2 ou o metano, essa capa não natural na atmosfera impede que a radiação terrestre escape e faz estas emissões rebaterem de volta à Terra, na sua tentativa de sair desta. Assim o planeta vai se transformando em um forno de micro-ondas, que se aquece lentamente.

Um Panorama quente e sombrio

Como consequência evidente a temperatura da Terra esta aumentando num ritmo dramático. Calcula-se que, a este passo, o aquecimento será de 30° em 100 anos, sendo que com  um aumento de apenas 10° a Amazônia começaria a queimar. Porém ainda sem se dar conta deste desolador panorama, o escurecimento global já interferiu repetidas vezes no processo de fotossíntese, provocando secas em determinadas zonas.
 De acordo com o professor Lavado, até agora os cientistas elaboraram suas equações com um número muito limitado de variáveis. Em geral, os fenômenos naturais dependem de um grande número destas, muitas das quais nem ao menos suspeitamos. Trata-se de equações lineares, onde uma pequena alteração em seu valor ou a inclusão de uma nova variável desconcerta todo o modelo.
Atualmente, já se está buscando substitutos para os combustíveis de origem orgânica. O projeto ITER, no qual participam muitas das potências mundiais, por exemplo, foi criado para construir o primeiro reator de fusão que produza mais energia do que consume, quer dizer, que seja rentável ao menos do ponto de vista energético. Isso contribuiria enormemente para o desaparecimento das partículas residuais na atmosfera, evitando que o problema do escurecimento global se agrave.

Tradução: Carine S. Albano

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